A União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos apresenta uma realidade demográfica diversificada, marcada por alterações significativas ao longo da última década. Entre 2011 e 2021, a população residente diminuiu de 29 059 para 27 911 habitantes, acompanhando a tendência registada no concelho do Porto. A densidade populacional continua elevada — 4 993 habitantes por km² — acolhendo cerca de 12% da população da cidade.
A freguesia tornou-se também mais multicultural, com a população estrangeira a crescer de 5,5% para 8,8%, valor que supera a evolução do município. Esta diversidade reforça a importância de serviços públicos cada vez mais ajustados às necessidades de acolhimento e integração.
A população jovem tem diminuído enquanto o número de residentes com mais de 65 anos tem aumentado. O índice de envelhecimento passou de 155,5% para 191,6% entre 2011 e 2021. Este cenário destaca a relevância de políticas de proximidade, programas de envelhecimento ativo e serviços de apoio domiciliário.
A freguesia conta com 14 953 alojamentos familiares, dos quais 31% são arrendados. Observa-se a coexistência de rendas muito baixas e rendas elevadas, fixando-se o valor médio em 324,07€, acima da média concelhia.
No parque de habitação social existem 2 148 fogos, onde vivem 5 193 residentes. Persistem desafios como a degradação dos edifícios, situações de insalubridade e casos de acumulação compulsiva, que exigem respostas articuladas entre a Junta, Segurança Social, Saúde e Proteção Civil.
Em 2021, 40% dos residentes com mais de 15 anos tinham ensino superior. Apesar de apenas 3% não terem completado qualquer nível de escolaridade, mantém-se a necessidade de reforçar a ligação entre escolas e comunidade, promovendo o sucesso educativo e prevenindo o abandono escolar.
A taxa de desemprego desceu nos últimos anos, mas continua acima da média nacional. Em 2021, mais de 11 mil residentes tinham o trabalho como principal fonte de rendimento e quase 7 mil dependiam de pensões. Medidas de integração, como os Contratos de Emprego-Inserção, continuam a ser uma importante ferramenta de apoio aos serviços públicos e à comunidade.
Cerca de 18% da população reside em habitação social. Os dados relativos ao RSI variam entre as fontes existentes, mas demonstram a necessidade de respostas orientadas para a capacitação, autonomia e inclusão das famílias.
Entre 2019 e 2022, as principais sinalizações envolveram situações de violência doméstica, negligência e absentismo escolar, sobretudo entre os 11 e os 17 anos. A articulação com CPCJ, escolas e instituições locais é fundamental para garantir proteção e desenvolvimento saudável.
Apesar da existência de vários equipamentos — SAD, centros de dia e estruturas residenciais — torna-se necessário reforçar os serviços domiciliários, promovendo a permanência segura dos idosos nas suas casas. A criação de equipas multidisciplinares e o alargamento das residências partilhadas são prioridades identificadas.
A freguesia oferece creches, CATL e escolas públicas e privadas, mas persistem dificuldades no acesso a respostas em tempos não letivos a preços acessíveis. A Junta continuará a trabalhar para ampliar as soluções públicas ou em parceria com o setor solidário, garantindo uma maior equidade no acesso às oportunidades educativas.
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